sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Jornadinha de vento em popa

Dia 27, começou nossa participação na 5ª Jornadinha Nacional de Literatura. Mas a festa teve seu princípio antes...

... já no ônibus que nos levaria para Passo Fundo. Reeencontrar amigos como Carlos Urbim, Pedro Bandeira, Beatriz Viégas Farias, Mario Bag, Luís Augusto Fischer, Alexandrre Brito, Ronald Augusto e Celso Sisto, bem como fazer novas amizades como, Ernani Ssó e Zilá Bernd, era o prenúncio de que sim, a Jornadinha ia mesmo ser um acontecimento para ficar na História. Viagem tranquila, apesar da chuva que caía em Porto Alegre e que logo se dissiparia entre conversas, risos, memórias despertas. Em meio às expectativas escondidas, disfarçadas de conforto, o trajeto passando, quase imperceptível, a se exibir em montanhas, colinas, côncavos e convexos, mostrando-se. O Tempo também quer ser visto. Ensaia por entre as cortinas da janela. Chove. Faz sol. Nubla. Esfria. Aquece no picadeiro da vida que corre lá fora. A alma tem desses segredos quando sabe que uma grande emoção se desenha à frente. E é na voz da Nilde anunciando a chegada à capital Nacional da Literatura que minha alma retira-se feliz, ao camarim, embora nervosa. Quer pintar sua cara com as melhores cores de sua emoção. A alma vai ao espelho. Tem dúvidas. Nesse show haverá necessidade de maquiagem? Abandona os brilhos. Já não faz sentido camuflar-se em artifícios. Repousa. Hoje vai mostrar sua cara limpa. Sorri ao encontrar mais amigos no saguão do hotel. Hoje é dia de ir ao Circo. A alma que se lavar de alegria na abertura oficial da 13ª Jornada e 5ª Jornadinha Nacionais de Literatura. Estavam lá, à espera do momento derradeiro de adentar o palco, Anna Claudia Ramos, Marilda Castanha, Ivan Zigg, Ignácio Loyola, Ricardo Silvestrin, Pedro Bandeira, Fernando Vilela, Jules Eduard, Celso Sisto, Odilon Moraes, Rosana Rios, Lúcia Hiratsuka, Jotáh, Sandra... não havia como não lembrar de um poema de Alvaro Moreyra em seu livro Circo: O circo parece uma saia de baiana , sem a baiana... Só naquele momento entendi o que o "Alvinho" quis dizer, supondo vazia a saia da baiana a fim de abrigar toda a beleza do mundo.

Estavam ali todos as estampas, as cores, as listras, a tecer estrelas num pedaço de lona se fazendo de céu.
Estavam ali, os trapezistas das imagens, os malabaristas de ideias, os equilibristas do pensamento, os mágicos das palavras, que fariam daquela Jornada o maior espetáculo da Terra. O sonho começava a se concretizar à minha frente. Minha alma havia desejado muito estar ali quando o mestre de cerimônias anunciasse o show. E estava. E o melhor, rodeada daqueles amigos que fez em suas andanças Brasil afora. Amigos que amenizam um pouco a vida que lhe dói a cada segundo quando a inveja à espreita, quando um texto novo gesta na barriga das ideias e agoniza à espera do parto. Um texto quer vir ao mundo, mas a alma lhe pede calma. "Um pouco mais de paciência..." Era chegada a hora de fazer silêncio. Era hora de deixar apagar em mim, a solidão do mundo, a fadiga dos exaustos, a boca seca dos sedentos, o zunir de metralhadoras. Era hora de abrir o pano e deixar que a voz dos livros me inundasse a alma.



Era hora de escutar o rufar de milhares de corações tambores sentindo-se aquecer pelas luzes acendendo tímidas dentro da alma, para evoluirem brilhantes, gigantes, entre cordas, saltos, fogos, e a inocência, tão delicada e tímida, saindo gloriosa e pura de dentro de uma mala. Pandora! - pensei. Minha solidão se estufou da esperança que restava encerrada em seu invólucro sorriso. Não seria mais solidão. A cadeira ao lado jamais estaria vaga...

O espetáculo do livro iria começar para se tornar eterno em minha memória!

Um comentário:

Turma 6ª Série A - Escola Menino Jesus Notre Dame disse...

Sua participação na 5ª Jornadinha Nacional de Literatura foi maravilhosa. Adoramos conversar com você. Esperamos reencontrá-lo em breve. Até 2011!