segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Uma pausa para dizer...Obrigado!



Em breve, o final do ano baterá suas asas para o passado. Este ano todo dobrado de especial. Muito trabalho, muitas novas amizades e uma infinidade de novos leitores conquistados através dos livros. Conheci novos profissionais do mercado editorial, assinei novos contratos, recebi inúmeros presentes feitos pelas crianças a partir de meus livros. E estive viajando pelo Brasil trocando idéias sobre literatura, leitura e livros. Conheci outros lugares, outras gentes, outros jeitos de se relacionar com o mundo. Meu recente lançamento, E um rinoceronte dobrado, da Editora Projeto, tem sido um sucesso entre os leitores de Norte a Sul, Leste a Oeste desta nação tão diferente em cada cantinho. Se há algum prêmio que um escritor deseje receber no ano em que completa dez anos de trabalho, é ver que o que escreve vai além de um fronteira regional, conhece outras vidas, rema além de qualquer ilha, conversa com outras vidas. E se transforma, feito lagarta, em borboleta.

E isso, claro, se deve a um trabalho competente e eficiente da equipe da Editora Projeto. Uma Editora que faz a diferença no Sul do país. À toda equipe da Projeto, agradeço todo o empenho e carinho dispensados a mim e ao Rino.

Agradeço aos produtores culturais e secretarias municipais de Educação ou Cultura pelos convites e homenagens.

Agradeço aos distribuidores, livreiros, em boa parte generosos e solícitos à minha chegada ou de meus lançamentos.

Agradeço aos professores que, por vezes, ousados, recriam minhas palavras simples, dando sentido à elas, e à minha existência. Isso faz com que sobrevivamos renovados.

Agradeço aos escritores amigos e aos amigos não escritores, pelos momentos de alegria, de encontro e de troca quando permitimos nos aproximar mais do que apenas pelo trabalho.

Agradeço a companhia sempre agradável de meu professor de Desenho e Pintura, Renato Garcia, e meus colegas de aula, empenhados em me auxiliar a encontrar um camiho na ilustração.

Agradeço ao Grupo Hora Vaga, grupo de teatro de Garibaldi, pela possibilidade de me reconciliar com a arte de fazer teatro. Dirigi e adaptei para o grupo, o conto O homem da cabeça de papelão, da obra de João do Rio. Sua estréia está marcada para a segunda quinzena de março de 2009.

E, claro, meu agradecimento especial aos leitores, estas crianças (de todas as idades) de sorrisos e olhares mistérios. Como eu, há 30 anos, quando imaginava que o Erico Verissimo, autor de As aventuras do avião vermelho, era um extraterrestre e jamais estaria a conversar comigo pessoalmente.

Se me é de direito, como sonhador, fazer um pedido ao final deste ano que bate suas asas para longe, peço que 2009 seja tão producente quanto o foi 2008. E que eu possa rever a todos e conhecer outros milhares mais de amigos aventureiros da leitura.

Algumas boas surpresas estão por chegar nesse ano ímpar. Estou grávido de novas histórias! Outros livros estão sendo gerados na barriga das idéias. E quando nos reencontrarmos, tenho certeza, sorriremos juntos. Aguardem!

Enquanto aguardam, cliquem na imagem acima, façam suas borboletas de papel e divirtam-se a voar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Para ler

Uma entrevista que gravei à assessoria de imprensa do Colégio Marista Rosário, por ocasião do lançamento, na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, do livro que as crianças do II ano produziram a partir da leitura de meu livro Planeta Caiqueria (Editora Projeto). A entrevista está publicada aqui.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Novas

Ei, eu estive em silêncio por alguns dias, mas foi por boas causas. Além de, ter participado da Feira do Livro de Morro Reuter, do I Sarau Literário de Esteio, participei do Caminho do Livro em Porto Alegre. Uma mesa bacana com Anna Cláudia Ramos, Salmo Dansa e Sandra Pina. Todos escritores de LIJ. O Salmo também é ilustrador. A mesa aconteceu no sábado passado, 06, e o debate foi bastante profícuo. O enfoque era Repensando a feira do livro com a escola. O Caminho do Livro é uma iniciativa da Câmara Riograndense do Livro e teve o apoio da AEILIJ, da qual sou o coordenador regional.

Mas, claro, estive às voltas com Aralice, uma aranha muito esquisita, personagem de meu próximo livro As esquisitices de Aralice, pela Editora Salesiana/SP. Estive ocupado com a pernoquenta porque, além de escrever, estou iustrando o livro novo. Foram alguns anos de estudo para me jogar nessa empreitada. E, olha, segundo a editora, Águeda Guijarro, está ficando bonito. Ficou curioso? Ah, só ano que vem para você conhecer essa aranha maluca! Mas já vaiso, ela é meio enrolada.

Enquanto esperam, fiquem com a foto dos meus amigos e parceiros de trabalho nessa árdua (mas feliz) tarefa de promover a Literatura Infantil e Juvenil. A foto em clima de descontração, foi após a mesa no Caminho do Livro.

Eu, André Alves, Anna Claudia, Sônia Zanchetta, Salmo Dansa e Sandra Pina.

E aqui uma foto que fiz no passeio após a mesa. Levei os visitantes para conhecerem o Museu Iberê Camargo. Onde estamos? Preste bem atenção que você nos acha!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Carinho, sempre bem-vindo

Durante a Feira do livro de Porto Alegre, Glaucia de Souza e eu assuminos como embaixadores da Confraria do Braile, um trabalho exemplar de acesso à leitura aos deficientes visuais, já premiado com o Fato Literário e coordenado pela professora Isabel Santana. Caio Riter, o antigo embaixador, nos homenageou com as palavras que seguem:

NUM MUNDO DE FAZ DE CONTA, NÃO MUITO LONGE DAQUI, EXISTEM DOIS PLANETAS: O MARTE BEM PEQUENININHO E O PLANETA CAIQUERIA

EM CADA UM DESTES UNIVERSOS DE FANTASIA, VIVEM DUAS PESSOAS ESPECIAIS: A GLÁUCIA DE SOUZA E O HERMES BERNARDI, QUE EU QUERO AGORA APRESENTAR A VOCÊS

ELA, CADA VEZ QUE EU A ENCONTRO, DESCONFIO QUE SEJA UMA FADA DISFARÇADA DE GENTE. SUA VOZ TRANQÜILA, SEU JEITO MEIGO, SUA SIMPATIA SÓ PODEM MESMO SER COISA DE SER ENCANTADO, COISA DE ALGUÉM QUE TEM ALGUMA MISSÃO A CUMPRIR E, POR ISSO, FICA SE DISFARÇANDO DE GENTE COMUM.

A GLÁUCIA, COMO FADA QUE É, VAI CRIANDO PALAVRAS, VAI INVENTANDO POESIAS, RIMAS E HISTÓRIAS E VAI FAZENDO A GENTE PERCEBER QUE VIVER É BOM DEMAIS, QUE SONHAR É BOM DEMAIS, QUE MERGULHAR EM SUAS HISTÓRIAS-TECELINAS É ALEGRIA SEMPRE.

ELA, A GLÁUCIA, TEM MESMO JEITINHO DE FADA, UMA FADA EMBAIXATRIZ.

ELE, O HERMES BERNARDI, CADA VEZ QUE O ENCONTRO, DESCONFIO QUE SEJA UM REI OU ALGUM HERÓI SEMPRE DISPOSTO A LUTAR CONTRA OS MONSTROS MAIS TERRÍVEIS: DRAGÕES, BRUXAS MALVADAS, GIGANTES E OGROS, ME PARECE, COM ELE NÃO TEM VEZ. DEVE SER MESMO ALGUM PRÍNCIPE FUGIDO DE ALGUMA DESTAS TANTAS HISTÓRIAS QUE A GENTE JÁ LEU OU JÁ OUVIU.

PRÍNCIPE QUE INVENTA HISTÓRIAS, QUE CRIA MUNDOS DE SONHOS, QUE POETIZA A VIDA E QUE, ANDAM DIZENDO POR AÍ, DE VEZ EM QUANDO DESENHA TAMBÉM. E CRIA TAPETES, E DOBRA RINOCERONTES, E SE SUJA EM TITICAS DE GALINHAS.

ELE, O HERMES, TEM MESMO JEITINHO DE REI DE CASTELO ENCANTADO, UM REI EMBAIXADOR.

Mais um anjo que se vai


O Teatro gaúcho perde Olga Reverbel. Professora e autora de livros sobre artes cênicas tinha 91 anos.

Referência no teatro gaúcho, a professora Olga Reverbel faleceu à 2h10min desta segunda-feira, aos 91 anos. Internada havia duas semanas na CTI do Hospital de Caridade de Santa Maria, em decorrência de uma infecção, Olga estava inconsciente e ontem teve falência do sistema renal.

Nascida em São Borja e criada entre Uruguaiana e Santana do Livramento, Olga cursou a Escola Normal e tornou-se professora de teatro aos 17 anos. Aos 23, veio a Porto Alegre para estudar no Departamento de Arte Dramática (DAD) da UFRGS. Em 1941, casou-se com o jornalista e escritor Carlos Reverbel (1912-1997), autor de livros como Barco de Papel (1978) e Um Capitão da Guarda Nacional (1981), biografia de Simões Lopes Neto. Ainda na década de 1940, o casal morou em Paris, onde Olga estudou na Universidade Sorbonne.

Nos anos 1980, em Porto Alegre, a professora montou sua própria oficina de teatro, que recebia alunos de diferentes idades. Como atriz, teve incursões pelo cinema no longa Noite (1985), inspirado no romance homônimo de Erico Verissimo, e no curta Quadrilha (1999).

Autora diversos livros voltados ao ensino de teatro, como Jogos Teatrais na Escola (1996), Olga lecionou até o final da década de 1990. Um tanto abatida pela perda do marido, decidiu em 2000 mudar-se para Santa Maria, onde mora a filha única do casal, a artista plástica Beth Reverbel de Souza. A neta Juliana conta que, nos últimos dois anos, a avó vinha reduzindo suas atividades.

— Ela andava só lendo e vendo TV. Parecia meio entediada — disse Juliana.

Olga deixa, além de Beth e Juliana, outros dois netos, Carlos Eduardo e Maria Luiza, mãe dos dois bisnetos da professora, Lucca e Joana. O corpo de Olga estava sendo velada no Cemitério Santa Rita, em Santa Maria. Ela deve ser sepultada às 18h de hoje.

ZH