Agenda cheia na 55ª Feira do Livro de Porto Alegre

Ontem, 11, foi um dia de agenda repleta na programação da Feira de Porto Alegre. O clima ameno colaborou para tantos compromissos.

Pela manhã, 11:30, palestrei junto aos organizadores de feiras do livro do RS na Casa do Pensamento. Discorri sobre o tema Leituras invadindo a cidade, no qual proponho um envolvimento maior de toda a cidade nos eventos ao redor do livro e não somente as escolas, através de projetos que contemplem a formação do leitor e do mediador de leitura em todas as instâncias. Creio que o cidadão também deva ser contemplado em projetos de aproximação ao livro e aos autores e não percebam as feiras apenas como um espaço de consumo do objeto livro.

Logo em seguida, após um almoço agradável com as autoras e amigas Rosamanda Strausz, Rosana Rios e Luciana Savaget, na condição de embaixador da Confraria das Letras em Braille, junto da embaixatriz Glaucia de Souza e da entusiasmada e eficiente professora Isabel Sant'Anna Oliveira, abrimos o 4º Encontro da Confraria do Braille que este ano lançou 13 títulos infantis direcionados aos deficientes visuais. Para a ocasião, pedi ao público que usasse vendas nos olhos para que lhes contasse a história lançada recentemente pela Larousse Jr., O emaranhado da maçaroca, que narra a história de Paulo e Pedro. Um deles é cego e o outro tem muitos fios emaranhados dentro de si, fios que ninguém enxerga com os olhos de ver. Foi lindo notar a Arena das histórias em silêncio, lotada, a ouvir e imaginar.

Na sequência, participei do Autor no Palco. Este ano eu havia pedido para não participar da programação, mas em decorrência de atrasos de voos, o autor Reginaldo Prandi não pode estar e me foi pedido que o substituísse. Eu o fiz com muito prazer. Queria falar sobre sua obra, mas eu ainda não conhecia o seu trabalho, por isso tomei nas mãos meu livro Doido pra voar, da Artes e Ofícios, e passei maravilhosos sessenta minutos contando passagens do livro. Fiz todo mundo cacarejar e tentar por um ovo. Nínguém conseguiu, afinal, "...ninguém nasce sabendo e se você não é franga, pinto ou galinha, não é de uma hora para outra que vai aprender..." Também lhes falei sobre minha infância reinventando o mundo em cima das árvores e de como o prazer da brincadeira influenciou para que eu me aproximasse do prazer da leitura.

Prosseguindo, dei entrevista ao Estação Cultura e, para finalizar, participei do Seminário da Confraria Reinações ao lado de Dilan Camargo. Falamos sobre Pinóquio para uma plateia interessada e questionadora. Muito bom! Estavam lá os autores Christian David, Rogério Andrade Barbosa, Jacira Fagundes e Rosana Rios, além dos muitos interessados que acompanham o Seminário Por que ler os clássicos.

E hoje tem Adote um Escritor, daqui a pouco, na Escola Osmar Santos Freitas. Mais tarde, no restaurante Birra e Pasta do Shopping Total acontece a entrega do Prêmio AGEs - Livro do ano, do qual sou finalista na categoria Melhor Livro Infantil com o livro E um rinoceronte dobrado, da Editora Projeto. Junto ao rinoceronte, dois concorrentes de peso: Carlos Urbim, com seu livro Admissão ao ginásio; e Luiz Paulo Faccioli, com seu livro Cida, a gata maravilha. Sinto-me em honrado com a indicação, afinal, ela vem de meus pares gaúchos.

Fotos: Rômulo Valente e Bruno Alencastro